quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A Paisagem

© 2006 Vinnicius Silva

O menininho, sentado no banco da praça, observava um passarinho que tentava pegar um pedaço de pão na calçada. O passarinho parou por um instante, olhou para os lados e levantou vôo. O menininho continuou admirando a paisagem, o gramado, o lago, as pessoas que passavam por ali apressadas... Em poucos minutos, aquele passarinho voltou. O menininho ficou agoniado vendo a pobre ave que não conseguia pegar o pão.

Portanto ele resolveu ajudá-la. Levantou-se e tentou se aproximar dela, mas a ave voou para bem longe.

O menininho olhou mais de perto para ver o pedaço de pão, mas o que ele viu não era o que pensava. O que o passarinho estava tentando pegar era uma moedinha.

O menininho, então, foi comprar um sanduíche.

FIM

domingo, 14 de janeiro de 2007

O Reflexo

© 2007 Vinnicius Silva

Logo após o almoço, o menininho já estava andando de bicicleta no extenso gramado há alguns quilômetros de sua casa. Parou para descansar, abriu a mochila que carregava e tirou um sanduíche para comer de “olho grande”. Sentou-se, e enquanto comia, observava alguns pássaros que sobrevoavam um capão de mato. Intrigado, o menininho dirigiu-se até lá. Chegou perto e notou uma luz estranha vindo do lugar. Foi caminhando lentamente tentando decifrar aquela luz. Cada vez que caminhava a luz ficava mais forte. De repente a luz sumiu. Os olhos do menininho demoraram para se adaptar, até que sua visão revelou um velho senhor que estava sentado no chão segurando uma panela vazia.

O velho senhor olhou para o menininho, estendeu a mão e morreu.

FIM

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Trouxe uma coisa para você.

© 2006 Vinnicius Silva

O menino estava sentado na sombra de uma árvore grande. Esta árvore ficava num jardim enorme, bem próximo a um lago. Ele jogava pedrinhas no chão, pensando na vida. O vento trazia consigo a tranqüilidade do lugar e o som dos pássaros que por ali passavam. Raios de sol amarelados penetravam por entre as nuvens.

Ele adormeceu.

Logo, uma mão suave tocou o seu ombro. Ele acordou, olhou para o lado e viu a menininha de olhos azuis que ele tanto gostava. Ela estava carregando uma pequena cesta. Ele perguntou: “O que você está trazendo aí dentro?”. Ela abriu e mostrou a ele. O menino se inclinou para ver, mas a cesta estava vazia, então ele perguntou: “Por que você está carregando esta cesta vazia?”. A menininha respondeu: “O que eu trouxe não está nesta cesta”.

O menino não entendeu nada.

A menininha largou a cesta no chão, tocou o rosto do menino e deu-lhe um beijo.

INÍCIO...

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Pena

© 2006 Vinnicius Silva

Uma folha sobre a mesa
Duas mãos e uma pena
São utensílios insuficientes
Para descrever minha tristeza


Uma lâmpada branca
Que ilumina minha mesa
Revela apenas o profundo branco
Da minha mente sem destreza


Em meio aos pensamentos obscuros
No escuro, o branco se destaca
Na minha mão uma pena fraca
Que não descreve o meu futuro.


A pena que não escreve
Tem pena da minha mente
Não escreve, só desdenha
Será que sou demente?

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(c) 2006-2012 Vinnicius Silva