domingo, 20 de dezembro de 2009

Cumulunimbus


© 2009 Vinnicius Silva da Rosa

Do alto do monte, ele observou pela última vez a destruição que ele próprio causara. Isolou-se. Pegou sua espada e caminhou em direção ao nascer do sol. Pois a escuridão já havia dominado o seu passado. A ventania fazia suas lágrimas deslizarem pelo rosto. E lá, no vilarejo destruído, as lágrimas trazidas pelo vento começaram a cair. O fogo nas cabanas foi apagando. A chuva terminou com o fogo. Mas não acabou com a tristeza do local. Tudo já estava destruído.

No dia seguinte, ele chegou às areias do litoral. Viu os pássaros voarem felizes pelas águas. Queria ter o mesmo privilégio. Olhou para o horizonte do mar e fechou os olhos. Sentiu nos pés a vibração dos passos cadenciados da tropa chegando. O grito da escuridão não o assustou. Ele abriu os olhos e os braços. Olhou para o céu e voou.



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