sábado, 6 de março de 2010

Rotina

© 2009 Vinnicius Silva da Rosa



James desligou o carro e respirou fundo, cansado. O som da porta do seu carro se abrindo assustou o silêncio da garagem do prédio. Foi até o elevador, entrou e apertou o botão do seu andar. Segundos depois, seu telefone tocou. Ele estava tão exausto que não tinha nem vontade de levar a mão ao bolso para atendê-lo. Mas obedeceu aos gritos do aparelho:

- Alô?

Silêncio...

- Quem está falando? – insistiu.

A porta do elevador se abriu e ele desligou o telefone. Andou pelo corredor e ouviu, lá de dentro de seu apartamento, o som do telefone sendo jogado no gancho com raiva.

Sua esposa estava irritada, reclamando descontroladamente do atraso. Ele esperou ela desabafar, olhou em seus olhos e não disse uma palavra. Apenas demonstrou um olhar de nada.

No dia seguinte, ele acordou bem cedo como de costume. No entanto, não tão cedo quanto ela, que precisava acordar antes para chegar a tempo no trabalho.

O dia passou, cansativo como sempre, e, novamente no final do dia, James estacionou seu carro no prédio.

“E o mundo gira imóvel como um pião” – Mario Quintana.



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