© 2009 Vinnicius Silva da Rosa
O gaúcho chegou a cavalo parando próximo ao galpão. O sol avermelhado desenhava as árvores nas paredes toscas. Lá dentro, a roda de chimarrão já animava o final do dia. Muitos assuntos causaram risadas, mas um estrondo assustador estremeceu as telhas do recanto. Rostos assustados se cruzaram. Todos correram para fora ver o estava acontecendo. Bem próximo, ao lado da porteira que dava acesso ao local, estava um círculo de metal brilhante parcialmente enterrado na terra. Todos se aproximaram, tocaram no objeto, mas não conseguiram identificá-lo.
Momentos depois, lá de dentro do galpão, um pequeno gauchinho de três anos de idade correu desajeitado e apontou com o dedinho para um determinado ponto do objeto. Todos convergiram os olhares e notaram uma lua nova desenhada em relevo.
Quando o sol se escondeu totalmente por detrás dos montes sutis do horizonte, a lua do círculo começou a brilhar intensamente. Ao redor dela, muitas estrelas começaram a surgir, como se todos estivessem olhando para o céu. O gauchinho começou a pular e a puxar a camiseta de uma senhora apontando para o escuro. Ouviram outro barulho. E mais outro.
Olharam para trás e viram a porta de madeira do sótão batendo com muita força. O menino riu. O círculo era um lago e o cavalo continuava a relinchar tranqüilo.