© 2008 Vinnicius Silva da Rosa
Sem nexo. O reflexo no espelho do maluco estava quebrado. Uma pedra, jogada no chão, enfeitava o piso gelado. Ele se olhava no espelho rachado. Buscou uma fita para tentar recompor a sua imagem, mas a pedra já havia sido jogada. Uma batida pesada deu-se na porta. Era o seu camarada, tentando salva-lo. O maluco estava louco. Naquele inverno, sem meia, o maluco caminhava no quarto. Estava quebrado. Tudo estava quebrado. Mas o que quebrou em seguida foi a porta, arrombada pelo seu camarada. Sim, um amigo de infância do maluco. Os dois começaram a brigar pela pedra, jogada no chão. O camarada queria impedir que o maluco quebrasse a imagem de sua amizade. Ele estava louco, não sabia que o seu amigo estava ali. O seu reflexo estava cortado.
A pedra foi jogada pela janela. Lá fora, uma cadela foi atingida. Coitada, ela não era alimentada pelo maluco há dias e agora estava para morrer. Sim, por uma pedrada. Coitada. O camarada saiu do quarto, deixando o maluco ali, caído... Quebrado. Coitado.
O camarada, então, quebrou a amizade. Ele não conseguia encontrar um nexo
FIM
2 comentários:
Exercícios de narrativa bacana os seus...
Oi!Lindos textos...
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