© 2009 Vinnicius Silva da Rosa
- Corre, corre!
- Ele vai nos alcançar!
Os dois amigos pularam a cerca de arame, levantando poeira do outro lado. O cachorro latia e babava raivoso. Correram pelas folhas secas até chegarem próximos à ponte que dava acesso à vila em que moravam. Sentaram-se, para descansar, na grama fresquinha, sob a sombra agradável das árvores do bosque.
- Está aqui...
- Quero ver, deixe-me ver!
- Espere, vou limpar!
- Ai, dê-me isso aqui!
Ele correu, limpou-a nas águas do rio e voltou.
- É lindo não é?
- É o meu reflexo.
Levou um soco leve no braço.
A dupla observava encantada a pedra brilhante que acabara de roubar. Era um diamante da mansão. O diamante da casa do velho senhor. A casa era branca, de madeira, cercada pelo bosque. Possuía um ar de mistério, mas era bem cuidada.
A pedra estava guardada no coração da casa Roubaram uma pedra que brilhava. Mas os olhos deles brilhavam mais do que o próprio diamante.
- Peguei vocês!
O velho levantou os dois pelas camisetas e gritou novamente:
- Devolvam-me o que vocês roubaram de mim!
Os dois gritavam de medo do velho, dando passos em falso no ar, nem conseguiam responder. Nem queriam. Estavam com medo, só queriam correr.
O senhor largou-os no chão e o diamante saltou do bolso de um dos meninos.
- O que é isso! Além de tudo roubaram o meu diamante! Isso não levará vocês dois a lugar nenhum! Eu tenho muito dinheiro, mas não tenho o mais importante. Não tenho mais esse brilho que vejo nos olhos de vocês, jovens. Olhos de pessoas sonhadoras, que ainda acreditam em um mundo que valha a pena. Eu não estou atrás do diamante. Se quiserem podem ficar! O que eu quero é a felicidade. A inocência, os sonhos que não realizei! Tive muitas pedras no caminho. Eu quero o brilho da minha vida de volta.
2 comentários:
gostei do seu blog ")
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